terça-feira, 3 de maio de 2011

Carambolas vs Doentes Nefrológicos


Apelo dos Serviços de Saúde: não é aconselhável aos doentes 
nefrológicos ingerirem carambolas.




Na sequência das recentes celebrações do Ano Novo Chinês, o 
Serviço de Nefrologia do Serviço do Centro Hospitalar Conde 
de São Januário admitiu dois doentes com insuficiência renal 
crônica que, após terem ingerido carambolas, apresentaram 
sintomas de vômitos contínuos, soluços, desordem da consciência,
 tiques e coma, não estando ainda livres de perigo.

De acordo com as informações existentes nos nossos serviços, 
há dois anos ocorreu um caso similar com um doente hemodialisado,
 de mais de 70 anos de idade que, após a ingestão de 
carambolas, apareceu com sintomas de vômitos, disforia, desordem 
de linguagem e, após ter sido medicamente assistido, conseguiu 
recuperar. Assim, os Serviços de Saúde fazem o seguinte apelo: não 
é aconselhável aos doentes nefrológicos ingerirem carambolas.

A carambola, ou Averroaoa carambola, também conhecida como
 “star fruit” em virtude de ter cinco gomos e, quando cortada, parecer
 uma estrela de cinco pontas, é produzida em regiões do sul da 
China Continental, como Hai Nam, Guangdong, Guangxi e 
Taiwan...... A carambola dispõe de casca fina, sabor agridoce,
 gosto agradável e é um fruto sumarento, que mata a sede e
 é estimulador do apetite, sendo por isso o seu consumo muito
 apreciado.

A nível internacional foi reportado, em 1998, o caso de um doente
 com uremia que, após ter consumido carambolas, apresentou 
sintomatologia do sistema nervoso e veio a morrer, 
fazendo-se referência, posteriormente, a outros casos semelhantes.

Os sintomas mais frequentes, que surgem logo após a ingestão
 da carambola, são o soluço contínuo, acompanhado de vômitos,
 evoluindo a situação para uma alteração do estado psíquico,
 incluindo desordem da consciência, disforia ou letargia, e até coma; 
em situações graves pode ocorrer epilepsia e mesmo morte.

Noutros doentes aparecem entorpecimento dos membros, 
redução da capacidade muscular e sensação cutânea anormal. 
Embora a relação entre o mecanismo patológico, a quantidade
 ingerida e a gravidade da incidência ainda não estejam 
confirmados, todavia, muitos especialistas acreditam na 
sua conexão com o ácido oxálico da carambola.

Presentemente muitos estudos evidenciam a grande probabilidade
 da carambola dispor de uma neurotoxina, ainda não identificada,
 solúvel na água. Admite-se que, nos indivíduos saudáveis, 
após o consumo de carambola, a toxina pode, através do
 metabolismo, ser eliminada pelo rim, não indo causar intoxicação,
 ao passo que nos doentes com insuficiência renal, pode
 ocorrer distúrbio no metabolismo e na excreção, provocando a 
acumulação da toxina no corpo e o consequente aparecimento 
de manifestações de intoxicação.

Independentemente das informações clínicas, acreditamos que o
consumo de carambolas constitui um grande risco para a saúde
dos doentes com fraca capacidade renal. Por esta razão,
 os nefrologistas não aconselham às pessoas que foram
diagnosticadas ou anteriormente sofreram de doenças 
nefrológicas, o consumo de carambolas ou dos seus derivados.

Os doentes com insuficiência renal ou que se submeteram
 à transplantação de rins, hemodiálise ou diálise peritoneal 
devem abster-se de ingerir carambolas. De um modo geral,
 as pessoas devem evitar o consumo de grande quantidade
 de carambolas em situações de jejum e de desidratação.

                                                                          Fonte: http://www.ssm.gov.mo
Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Unidade Técnica) 
Comunicado no.009/CDC/NHAA/2007
Informação: www.facebook.com/associaçãodoevida

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