quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

DIA MUNDIAL DO RIM: PROTEJA SEUS RINS, SALVE SEU CORAÇÃO

No dia 10 de março comemoramos pelo sexto ano consecutivo o Dia Mundial do Rim. Com a sua criação, procurou-se chamar atenção dos órgãos governamentais e da população em geral sobre os perigos da doença renal.
Em 2011 o Dia Mundial do Rim irá chamar atenção para o papel da doença renal e suas consequências negativas sobre o coração, o que leva ao aumento da doença cardiovascular, causa mais comum de morte em pacientes com doença renal crônica. Os pacientes com doença renal crônica em estágio II ou doença renal crônica leve (filtração glomerular entre 60 e 90 ml/min) apresentam 46% mais chance de risco de morte por doença cardiovascular. Nos pacientes com doença renal crônica em estágio III ou doença renal crônica moderada (filtração glomerular entre 30 e 60 ml/min) apresentam 136% de risco de morte cardíaca, independente dos outros fatores de risco tradicionais para doenças cardiovasculares, como o diabete e a hipertensão arterial.
A mortalidade de pacientes com doença renal crônica avançada ou dialítica é muito elevada. É um fato preocupante saber que a mortalidade de um paciente de 30 anos de idade que está em diálise é semelhante à de um indivíduo com 80 anos de idade sem doença renal crônica. Dessa forma, são fundamentais a prevenção da doença renal crônica e a redução da velocidade de progressão da mesma.
Os rins são órgãos vitais para o funcionamento do organismo. Estes órgãos atuam como sofisticadas máquinas de processamento de água, sais minerais, e participam diretamente da regulação da pressão arterial, composição do sangue, além de produzir hormônios importantes para a produção de sangue (a eritropoetina) e saúde dos ossos (a vitamina D ativa). Diariamente os rins de uma pessoa filtram cerca de 170 litros de sangue. As impurezas do sangue, o excesso de líquidos, agentes químicos externos e muitas outras substâncias são eliminadas na forma de urina.
Atualmente a doença renal crônica é um problema de saúde pública mundial, sendo que em todo o mundo mais de 1 milhão de pacientes estão em programa de terapia renal substitutiva (diálise). Quando levamos em conta os pacientes com doença renal crônica leve e moderada os números são ainda mais assustadores. Estima-se que no Brasil 10 milhões de indivíduos tenham algum grau de doença renal crônica. Estudo realizado na cidade de Bambuí (MG), revelou que 5% dos indivíduos com mais de 60 anos possuíam alterações da função dos rins, o que nos leva a crer que a prevalência desta doença no Brasil resulta em cerca de 10 milhões de indivíduos com algum grau da doença.
Os grupos de pessoas com risco aumentado para desenvolver doença renal são os pacientes hipertensos, diabéticos, obesos, idosos e aqueles com histórico de doença renal em familiares. Segundo dados do Ministério da Saúde, temos atualmente no Brasil:

  •  33 milhões de hipertensos.
  •  7,7 milhões de diabéticos.
  •  17 milhões de idosos.
  •  16 milhões de obesos.

A prevalência de doença renal crônica terminal no nosso meio é de 40,5 por cem mil habitantes, bem inferior aos dados dos Estados Unidos que é de 110 por cem mil habitantes e dados do Japão são de 205 por cem mil habitantes.

Segundo os dados do último Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia 90.000 pacientes estão em programa de terapia renal substitutiva (diálise). Como causas da doença renal crônica ainda predominam em nosso meio a hipertensão arterial sistêmica (33%), o diabete melito (27%), as glomerulonefrites (13%), a doença renal policística (4%), e outros diagnósticos (22%). Chama-se atenção que 40% dos pacientes em terapia renal substitutiva tem mais de 60 anos de idade.
Em relação ao número de transplantes renais realizados no último ano (2009), foram 4.259 transplantes, sendo 1.727 com órgãos de doadores vivos e 2.532 com órgãos de doadores falecidos.
O número estimado de pacientes que aguardam para realizar um transplante renal é de 30.419 (2009).
Atualmente, o número de nefrologistas cadastrados na Sociedade Brasileira de Nefrologia é de 3.000 profissionais, o que corresponde a um (1) especialista para 63.300 habitantes. Esta distribuição é totalmente desproporcional ao longo do território brasileiro, sendo que na Região Sudeste temos um especialista para 45.000 habitantes, na região centro-oeste temos um especialista para 63.300 habitantes, na Região Sul um especialista para 65.300 habitantes, na região Nordeste um especialista para 98.000 habitantes, e finalmente na região Norte um especialista para 139.000 habitantes.
Ao analisarmos os mais de 5.500 municípios do nosso país, vamos encontrar nefrologistas em apenas 343 municípios.
A identificação da doença renal é simples e deve ser feita utilizando-se exames como a Urina tipo I para a pesquisa de proteínas (proteinúria ou albuminúria) e a dosagem de creatinina no sangue.
O risco de doença cardiovascular se correlaciona melhor com a proteinúria (albuminúria) do que com a alteração da função renal isolada. Proteinúria é um marcador de doença renal e não é considerado um fator de risco convencional para doença cardiovascular.
Utilizando-se a dosagem no sangue da creatinina e através de fórmulas pré-estabelecidas, estima-se o ritmo de filtração glomerular. Através deste cálculo podemos classificar os pacientes nos vários estágios da doença renal crônica, ou seja:

  •  Doença renal sem alteração da filtração glomerular (Estágio I);
  •  Doença renal leve (Estágio II);
  •  Doença renal moderada (Estágio III);
  •  Doença renal grave (Estágio IV);
  •  Doença renal avançada ou terminal ou dialítica (Estágio V);

Biomarcadores de lesão renal (proteinúria e dosagem de creatinina) são exames fáceis de serem realizados e sem custos expressivos.
Programas de prevenção de doença renal devem ser incentivados e executados de maneira contínua. A implantação de estratégias de rastreamento e prevenção da doença renal crônica deve incluir orientação da população, profissionais de saúde e deve receber o apoio de órgãos governamentais.
Em 2011 participe do Dia Mundial do Rim.
Afinal a proteção dos rins é uma atitude que pode salvar o coração!

www.sbn.org.br

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