Na sequência das recentes celebrações do Ano Novo Chinês, o
Serviço de Nefrologia do Serviço do Centro Hospitalar Conde
de São Januário admitiu dois doentes com insuficiência renal
crônica que, após terem ingerido carambolas, apresentaram
sintomas de vômitos contínuos, soluços, desordem da consciência,
tiques e coma, não estando ainda livres de perigo.
De acordo com as informações existentes nos nossos serviços,
há dois anos ocorreu um caso similar com um doente hemodialisado,
de mais de 70 anos de idade que, após a ingestão de
carambolas, apareceu com sintomas de vômitos, disforia, desordem
de linguagem e, após ter sido medicamente assistido, conseguiu
recuperar. Assim, os Serviços de Saúde fazem o seguinte apelo: não
é aconselhável aos doentes nefrológicos ingerirem carambolas.
A carambola, ou Averroaoa carambola, também conhecida como
“star fruit” em virtude de ter cinco gomos e, quando cortada, parecer
uma estrela de cinco pontas, é produzida em regiões do sul da
China Continental, como Hai Nam, Guangdong, Guangxi e
Taiwan...... A carambola dispõe de casca fina, sabor agridoce,
gosto agradável e é um fruto sumarento, que mata a sede e
é estimulador do apetite, sendo por isso o seu consumo muito
apreciado.
A nível internacional foi reportado, em 1998, o caso de um doente
com uremia que, após ter consumido carambolas, apresentou
sintomatologia do sistema nervoso e veio a morrer,
fazendo-se referência, posteriormente, a outros casos semelhantes.
Os sintomas mais frequentes, que surgem logo após a ingestão
da carambola, são o soluço contínuo, acompanhado de vômitos,
evoluindo a situação para uma alteração do estado psíquico,
incluindo desordem da consciência, disforia ou letargia, e até coma;
em situações graves pode ocorrer epilepsia e mesmo morte.
Noutros doentes aparecem entorpecimento dos membros,
redução da capacidade muscular e sensação cutânea anormal.
Embora a relação entre o mecanismo patológico, a quantidade
ingerida e a gravidade da incidência ainda não estejam
confirmados, todavia, muitos especialistas acreditam na
sua conexão com o ácido oxálico da carambola.
Presentemente muitos estudos evidenciam a grande probabilidade
da carambola dispor de uma neurotoxina, ainda não identificada,
solúvel na água. Admite-se que, nos indivíduos saudáveis,
após o consumo de carambola, a toxina pode, através do
metabolismo, ser eliminada pelo rim, não indo causar intoxicação,
ao passo que nos doentes com insuficiência renal, pode
ocorrer distúrbio no metabolismo e na excreção, provocando a
acumulação da toxina no corpo e o consequente aparecimento
de manifestações de intoxicação.
Independentemente das informações clínicas, acreditamos que o
consumo de carambolas constitui um grande risco para a saúde
dos doentes com fraca capacidade renal. Por esta razão,
os nefrologistas não aconselham às pessoas que foram
diagnosticadas ou anteriormente sofreram de doenças
nefrológicas, o consumo de carambolas ou dos seus derivados.
Os doentes com insuficiência renal ou que se submeteram
à transplantação de rins, hemodiálise ou diálise peritoneal
devem abster-se de ingerir carambolas. De um modo geral,
as pessoas devem evitar o consumo de grande quantidade
de carambolas em situações de jejum e de desidratação.
Fonte: http://www.ssm.gov.mo
Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Unidade Técnica) Comunicado no.009/CDC/NHAA/2007
Informação: www.facebook.com/associaçãodoevida
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